terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Medo


Pra variar, volto a escrever após reler todos os posts... Chega um momento da vida em que a gente se pega querendo falar e se dá conta que tudo já foi dito antes... Acho que releio os posts pra não cometer a gafe de reescrever coisas já ditas...


Bom, Vanessa, coisas boas aconteceram nesses últimos tempos, amém!... Mas olha vc aqui, repetindo ações, palavras, pensamentos...rs... essa vida...


Eu reabri meus armários pq comprei um guarda roupa novo, e aqueles cadernos pularam no meu colo de novo (e olha que ainda não vi todos). Cheguei a comentar com minha irmã um pensamento que tive enquanto lia e rasgava, ou lia e relutava em rasgar... Meu Deus, como a adolescência é um momento tosco, e como nos tornamos mesmo seres tão imbecis por acreditarmos que nossas palavras e pensamentos podem interessar aos outros como uma verdade absoluta...


É tanto sentimento e tanta revolta no papel, que não consigo contar se foram sentidos ou se só me preocupava em relatá-los... qtas árvores morreram pra que meus pensamentos tivessem oxigenação fora de mim, mas... fora de mim eles me pareceram tão idiotas... e dentro de mim... talvez eu parecesse uma idiota sempre a quem me via...


...Será possível mudar tanto? ...Pq ainda acho que há muito disso em mim...


O que está me fazendo escrever este post é uma certa perturbação que me acomete a alma toda vez que releio coisas que senti e que doeram sentir e passar pro papel... estou perturbada com um passado que meus remédios antidepressivos já haviam me feito... adormecer num lugar profundo... Estou com medo do que anda sendo despertado nessas releituras...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

...Fechando um livro...



...Se o antigo computador tivesse preservado tudo o que escrevi sobre desemprego, talvez hoje seria o meu último capítulo, e como todo último capítulo, talvez fosse escrito em terceira pessoa assim:


"... Em Julho de 2009, nem bem com um mês dentro de uma nova empresa de telemarketing, Vanessa recebeu uma carta da Prefeitura, de convocação para assumir sua vaga conquistada em um concurso que prestou em 2007, para ser professora titular de língua portuguesa. Tamanha incredulidade fez com que ela tentasse preservar o emprego de telemarketing até que sua ficha caísse... Tinha como meta ficar até o final do ano e preservar sua vaga na escola e no call center, mas não conseguiu. Pediu as contas em outubro do call center, deu aulas de recuperação paralela até o fim de novembro e se deparou com muitas respostas, porém, não com a felicidade...



De um jeito mais seco e racional, Vanessa pretende retomar os estudos sem grandes desgastes, pois afinal de contas, finalmente estudar lhe trará mais retorno financeiro, mas não está gananciosa por isso... Nunca foi um sonho ser pós graduada, mestrada... ela só queria ter algum prazer em sua medíocre existência... conhecer pessoas...ter amigos...



...Neste momento, faltam exatamente 12 dias para suas férias acabarem... Isso mesmo, férias, e não mais desemprego!... Férias como há 10 anos não tirava... E o quê ela fez?!...bom... nossa personagem não deixou de ser quem é... e por muitas vezes na vida ela se depara com essa realidade, como quem bate de frente em um muro com toda a força... e sabem... dói muito...



... Ela fez a vontade, a necessidade e participou de momentos com todos os seus... amigos...


  • Fez a decoração da festa de aniversário do filho de dois anos de sua melhor amiga de trabalho, que mora em outro município;

  • Foi ao casamento de sua melhor amiga de infância;

  • Sofreu com a depressão de seu melhor amigo de faculdade;

  • (Dessa vez) explodiu de tristeza, pensamentos , atos e palavras por quase perder pela segunda vez sua vida virtual.



...Irá à um show de rock dia 30 com sua irmã e atualmente tem ingressos para um parque de diversões para o próximo feriado, porém, é quase certo que Vanessa não vá, porque em sua última viagem ao mundo real, ela se deu conta do tamanho de sua solidão..."

Fim

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Plágio inicial e tudo mais...

..."Meus heróis morreram"...

...Consegui um emprego (amém)...

...Ando me sentindo sozinha...muito sozinha... e com a morte, me sinto triste...

...Com Deus, ando tentando entender suas duas mãos, pesos e medidas...

...a medida da dor... a consequência das ações... o quão feliz e triste pode-se estar num único momento da vida... "sorrir mesmo que seu coração doa"...

...Estou vivendo, e tentando fazer com que os sentimentos não se sobressaltem...nenhum deles... "Rir de tudo é desespero"... Sofrer demais é ser mal agradecido pelas oportunidades que temos de sorrir entre uma nuvem e outra...

..."Deixa pra lá, eu continuo viajando
Enquanto eu falo besteira, nêgo vai, vai... então, deixa..."

terça-feira, 9 de junho de 2009

Meus dois amigos


...É engraçado qdo a gente está triste, sem ter o que dizer, fica procurando ver se outras pessoas têm as palavras que vc queria ter, ou as respostas que lhe faltam... Eu sigo apenas dois blogs: o do Emiliano e o do Conrad... Não há hoje em dia, mais nada nesse gênero de blog que eu goste de ler... São duas pessoas que chegam ao meu coração com gêneros diferentes de escrita... ambos são meus amigos, embora nos falemos pouco e nos vejamos menos ainda...


Pois estes dois carinhas estão há 4 semanas sem postar absolutamente nada nos seus respectivos blogs. Um me disse uma vez no início do ano sob a hipótese de encerrar o blog, uma vez que ñ tem tempo, ñ andava tendo inspiração (o que eu discordo), e ñ tinha muitos leitores... o outro disse que depois que o pai cancelou a assinatura de jornal, anda se sentindo "vazio"...


Bom, eu não me sinto boa comentarista de coisas que leio, mesmo pq posso estar equivocada sobre as idéias que expressam... porém, acredito que, como eu, deve haver um seleto grupo de pessoas "mudas" que deva sentir saudades dos "Causos do Abílio", e das inspirações do "Dr. Literatura"... Tenho um amigo virtual no Ceará que manda aqueles e-maisl de mensagens, slides e vídeos, mas ao invés de simplesmente repassá-los, ele explica os propósitos do envio ao seu grupo de amigos... Esse cara tb parou de mandar as mensagens e comentou comigo que muita gente mandou e-maisl reclamando dessa ausência...


Me pergunto, afinal, se eles tb estão tristes de alguma forma...


Fato é que ningém escreve... nem eu...


...Tomara que essa afasia paradigmática nos seja momentânea, não é, meninos?!...


Saudades...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Seis Meses




...Há males que vem para o bem...


...Deus fechou uma porta para que outras se abram...


...Daqui pra frente será mais fácil, com a experiência que vc tem...


...Bola pra frente!...


...Agora é que as coisas vão começar a melhorar...


...Não pode ficar desanimada!...


...Tenha fé...


...As coisas são assim mesmo, mas um dia muda...


...Sei que não é fácil, mas não há mal que sempre dure...


...Deus não nos dá uma cruz maior do que possamos carregar...


...Se nada aconteceu até agora, é porque não chegou a hora certa de acontecer...


...Não pode deixar a Peteca cair!...


...Deus tá preparando uma coisa boa pra vc...




***




...Já faz um semestre que ouço, leio e tento absorver em meu rosto, em minha cabeça e em minhas atitudes essas palavras...




...não dá mais...

domingo, 17 de maio de 2009

Enquanto estou no divã, a terapeuta anota...


...Uma vez, procurando um documento para a Wal...rescentemente, procurando minhas bisnagas de tinta para pintar um quadro... tenho me deparado com meus cadernos velhos, velhos rabiscos e confissões para passar o tempo e para buscar concentração frente ao trabalho e ao estudo...Há muito o que se jogar fora... acho que eu encheria fácilmente três sacos grandes de lixo com essas coisas guardadas em meu armário, mas toda a releitura feita, me deu a luz de minhas limitações existenciais...


Penso em trabalho desde meus 15 anos. Gosto de desenhar desde os meus 6 anos...antes disso, eu não entendia minha existência e chorava por não entender... só chorava...e isso de chorar, me afastava das pessoas... eu não era fácil... mas queria ser... desejava tudo o que todo mundo queria... ter amigos ao meu redor...brincar com minhas bonecas... imitar a minha irmã mais velha... E enquanto crescemos...enquanto eu crescia, aspirações que eu tinha pra vida eram jogadas no chão com a violência dos raios... e eu explico-as...


... Aprendi com o desenho que era uma ótima forma de esquecer que eu não era fácil, que eu precisava de um motivo pra entender o que eu estava fazendo por aqui e que eu repelia as pessoas... me aproximei de um amigo que desenhava barcos, àrvores e super heróis de vídeo game com cores vivas e alegres... nós tínhamos 7 anos... ele tinha muitos amigos... Meu vizinho adulto também era muito bom com desenhos, todas as crianças do prédio gostavam dele por ele parecer nem ter crescido... óbviamente adolescentes e moças do prédio tb o adoravam por outros atributos que não cabiam à mim, uma criança que gostava de compartilhar desenhos, julgar... ñ me importava de verdade... ele sabia desenhar...ele era meu amigo... e tinha muitos outros amigos que eu queria ter... Sempre fui muito criativa para escolher temas para os meus aniversários, mas não porque era gostoso ser criativa, mas porque as pessoas precisavam de um motivo muito forte para celebrar essa data comigo...Comecei a desgostar de aniversários qdo ficou muito claro pra mim que eu precisava fazer força para as pessoas estarem comigo nesse dia... eu precisei existir 23 anos pra entender que minha criatividade nasceu da solidão que eu nunca deixei de sentir em relação a amigos... E sobre os desenhos...bom, os desenhos... eu tive a grata oportunidade de ter uma mãe em minha infância que me instigava a ter cultura e me doutrinava a não falhar, por não ter tempo de me acudir se algo desse errado em minha jornada... sempre fui muito fã da Praça da República aos domingos, por causa da feira de artesanato e quadros... todavia, pude presenciar quadros ficando amarelos na calçada...semana após semana de exposição, sem ninguém interessado em levar pra casa qualquer um deles...repetidos na calçada... alegrando minha vista enquanto minha consciência me dizia que quadros à venda sem serem vendidos não poderiam trazer felicidade àqueles que precisavam do dinheiro para fazer valer seu dom...eu nunca vira ninguém comprar desenhos... exposições na Pinacoteca, no MASP, no MAM sempre me pareceram lixos, perto da diversidade de cores e vida da Praça da República, das telas de figuras indígenas no Embú das Artes... eu não podia falhar... então, não podia viver de desenhos qdo fosse adulta, porque arte urbana não me sustentaria no futuro que era ainda tão distante para os olhos de uma criança, mas tão próximo para quem está olhando para trás agora...


Se existe certo ou errado no conceito de gostar de pessoas, tb ñ fiz as escolhas certas... eu queria ter amigos... ser amada por alguém um dia... que aquela coisa de chorar e repelir pessoas pudesse se extinguir, como uma perda instantânea de memória respeitada por todos...mas...que todos?...ñ havia "todos"...eu gostava de pessoas que eu queria ser... garotos bonitos demais...pessoas cercadas por amigos sem fazer força... pessoas que não pensavam muito e eram inteligentes...pessoas que nem se esforçavam pra ser inteligentes mas sabiam conquistar a atenção necessária para serem queridas...pessoas que se empenhavam ridículamente pra aparecerem para os outros, e não eram ridicularizadas, mas sim reconhecidas pelos seus esforços e progressos... pessoas com qualidades abolutas de perfeição e outras com fragmentos de admiração como um sorriso iluminado, ou uma voz calma... ou um olhar expressivo... ou atitudes carismáticas... isso até fazia eu diminuir o crivo de seleção, como se eu pudesse ou estivese em posição de escolher quem pudesse gostar de mim... Já gostei de pessoas casadas...já gostei de pessoas que não mereciam ser gostadas...já gostei de gente feia tanto quanto gostei de gente bonita... já fui usada e quase nada usei, pelo que me lembro, de ninguém... ou usei?... e em todos eu enxergava pedaços do que eu sempre quis ser e nunca fui... aos 28 anos coleciono mais platonismos do que o exercício de trocar sentimentos...enfim...


Não tenho muitos reais amigos...


Creio não saber gostar de gente... ñ estou em posição de julgar ou desrespeitar a decisão de quem não gostar de mim, justamente porque eu não sei gostar de gente...


Eu penso em trabalho desde os meus 15 anos... eu trabalho desde os 17 anos... Não estudei artes, logo, ñ sou. A idéia era que eu aos 25 anos já me sustentasse com estabilidade profissional e emocional, mas aos 25 anos eu estava sendo demitida mais uma vez, e tratava de minhas debilidades com remédios controlados e terapia, logo, a idéia falhou. Tive empregos registrados. Tenho duas carteiras de trabalho, sendo uma carteira cheia de registros, mas não tenho empregos estáveis e a cada vez que ouço que não tenho perfil para a vaga que busco, ou que não tolero o que vejo dentro do ambiente de trabalho em que estou, a ponto de ser mandada embora, ou desistir, me fazem constatar que, embora tantos lugares, embora o curso técnico e um diploma de faculdade e depois de 12 anos, eu não sei trabalhar e nada aprendi sobre isso. ... e a verdade é que a cada entrevista, a cada página virada de meus cadernos...minhas anotações... minhas avaliações de escolas... meus desenhos... meus poemas... a minha forma de gostar de pessoas ( e de não gostar)... tudo me aproxima do fato de que embora tudo,



(...) eu ñ sou,(...)

(...) a idéia falhou,(...)

(...) eu não sei trabalhar e não aprendi nada (dentre outras anotações e rabiscos para a próxima consulta).

sábado, 18 de abril de 2009

A impessoalidade das relações humanas modernas...




"Você precisa preencher corretamente e sem rasuras a ficha das minhas expectativas, pra eu ver se vale a pena incluir o gostar de você em meus afazeres diários... "


...Ultimamente é assim, não é?!... poxa, se mamãe tivesse feito isso... quem sabe a vida fosse mais fácil... rs... mas agora, falando sério... acho que nem assim é mais fácil... é uma grande utopia ter ao seu lado uma pessoa que corresponda exatamente ao que vc chegou um dia a sonhar que seria perfeito pra si... e o barato de se relacionar com as pessoas é o exercício diário da adaptação, do conhecimento, da novidade, do respeito... enfim, tudo isso que vc não descobre no chat, no orkut, no skype, no twitter...


É inegável a amplitude que o computador oferece à comunicação, mas SOCIALIZAÇÃO só dá pra acontecer entre pessoas...


Junto com a facilidade tecnológica, às vezes sinto que o ser humano cultivou um lado mais maldoso, porque também é mais fácil enganar, abandonar... machucar... e daí, a gente vai criando uma casca mais grossa pra estar em contato mesmo com as pessoas... Dá pra acreditar que não vai demorar mesmo muito pra ouvir na rua, na escola, as crianças perguntando como era isso de conhecer as pessoas numa conversa no ponto de ônibus... numa danceteria... num parque...


...Mas quem nunca pensou como gostaria que fosse a tampa da panela?... Eu participo de uma comunidade no orkut chamada: " e se eu for uma frigideira?", porque o argumento deles é incrível! Diz assim: "Essa comunidade é praqueles quer acham que são frigideiras e já cansaram de ouvir: EXISTE UMA TAMPA PRA TODA PANELA...mas e se eu for uma FRIGIDEIRA??!!! frigideira não tem tampa! ai vai vir alguém falar: Hj as frigideiras tem tampa.. FRIGIDEIRA QUE É FRIGIDEIRA NÃO TEM TAMPA!"


...A gente nunca vai ter certeza, né?!... A única certeza que temos é do que sentimos agora e do que passou...passamos do tempo das casualidades dos encontros da vida, que são cada dia mais raros, e vivemos tempos impessoais, exigentes e muito...muito solitários...